Imagine uma pessoa que só
viveu para juntar. Trabalhou tão dedicadamente... dia e noite. Não parava de
pensar em seus investimentos, seus lucros, seus bens. Fez vários negócios de
sucesso. Adquiriu vários imóveis, veículos e tantas outras coisas que a maioria
das pessoas almeja obter. Poucas vezes esteve em contato com os filhos. O
trabalho tomou todo o seu tempo. Seu ideal era desfrutar de tudo aquilo, no
futuro. Chega o grande momento! Toma consciência e percebe que nada daquilo o
preencheu verdadeiramente. Vê os filhos já crescidos e o quanto perdeu
da infância e juventude deles. Descobre que quanto mais se tem, mais se quer
ter. Morre e deixa tudo!
Deixa
tudo para que os outros desfrutem (Eclo 11, 20).
Contudo, não quero dizer que
não podemos almejar e possuir a casa dos nossos sonhos, ou o carro de que tanto
precisamos para nossas atividades, nosso lazer, ou outras necessidades do nosso
dia-a-dia. O que pretendo é deixar bem claro que, se não tivermos cuidado,
vamos cair na cilada do consumismo, deixando tudo isso passar à frente do que
realmente importa.
Apoiando e fixando nossa fé
em nossos bens, esquecemos o verdadeiro sentido de viver que é o amor.
Amai-vos
uns aos outros assim como Eu vos amo. (Jo 15, 12)
E muitas vezes esquecemos que
tudo passa.
O
mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus
permanece eternamente (1 Jo 2, 17).
Um fato curioso que
aconteceu comigo há algum tempo atrás, foi o de chegar cansado todos os dias do
trabalho. Esgotado e sem ânimo para nada. Só pensava na chegada do fim de semana
para poder descansar. Todas as vezes que minha filha batia na porta do quarto
me chamando para brincar eu dava uma desculpa dizendo que mais tarde eu iria. E
esse "mais tarde" nunca chegava. Até que um dia eu
"acordei" e percebi o quanto eu estava me dedicando ao trabalho e
esquecendo-me de minha família. Deixando tudo para depois. Aumentando, assim, a
distancia entre aqueles que mais amava.
Dedicamos tanto tempo aos
bens materiais que ficamos moldados a eles. É como se não pudéssemos mais viver
se não existissem tais coisas. E são coisas tão pequenas, tão fúteis, tão
desnecessárias aos olhos de Deus!... Muitas vezes imagino-O rindo e dizendo: “Meus filhos, como sóis ingênuos...”
Tenho a certeza de que
muitas “coisas” acabam sufocando o amor que existe em nós, fazendo-nos esquecer
de Deus.
Quantos
já morreram com esse amor esquecido...?
Eu
sempre digo que quando eu morrer, quero estar na plenitude do amor.
Vamos
orar: